Nem músicos, nem radialistas. Uma antiga e numerosa categoria de trabalhadores — a dos DJs — está se unindo para pedir a regulamentação da profissão pelo Congresso Nacional. Eles querem garantir direitos como piso salarial, escala de trabalho, direito à aposentadoria e o fim de registros em carteira como operadores de áudio ou auxiliares de serviços gerais. O grupo, encabeçado pelo DJ Sérgio Bandeira, já teve quatro reuniões com o secretário estadual de Trabalho e Renda, Alcebíades Sabino. Este, por sua vez, encaminhou a minuta do projeto de cem páginas ao ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi.
A proposta, que vai beneficiar 700 mil profissionais, sendo cem mil deles no Estado do Rio, agrada ao secretário e a ícones da profissão, como os DJs Marlboro e Marcelinho da Lua. Segundo Sabino, a proposta, que será redigida pelo deputado federal Brizola Neto (PDT/RJ), é viável:
— Estou envolvido na aprovação desse documento, ajudando a enviar o texto ao ministério e, depois, ao Congresso. A iniciativa é válida, existe uma mobilização dos profissionais a favor da regulamentação.
‘Já era tempo de os DJs se unirem’, diz Marlboro. Com 30 anos de carreira, DJ Marlboro, precursor do funk carioca, brinca que estaria pensando em aposentadoria, caso a profissão fosse regulamentada.
— Já era tempo de os DJs se unirem. É uma categoria que tem muito status artístico e nenhum respaldo jurídico. Está na hora de estabelecer regras.
Marcelinho da Lua ressalta que é importante estabelecer piso salarial e horário de trabalho.
— É uma profissão desgastante. E muita gente ainda faz jornada dupla, tocando à noite e trabalhando em outros empregos. Além disso, a aprovação do projeto seria um reconhecimento da sociedade ao nosso trabalho — conta da Lua, que está analisando planos de previdência privada.
O DJ Sérgio Bandeira lembra que até a profissão de locutor de rodeio, menos numerosa, está incluída na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) do Ministério do Trabalho e Emprego. Ela está registrada sob o número 3.763, que engloba apresentadores de espetáculos, eventos e programas.
— Uma vez reconhecidos formalmente, os DJs poderão formar sindicatos e oferecer cursos de capacitação financiados com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
Para Bandeira, muito tempo já foi perdido.
— Conheço profissionais que já estão reunindo documentação para comprovar tempo de trabalho e requerer seus futuros direitos.
Um comentário:
Desejo que vocês consigam. Acho que toda profissão tem que ser valorizada e reconhecida. Bjs... e muito boa sorte!!!
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