sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Esculturas de Pedra

Carnaval está chegando....ooops...pra muita gente até já chegou..rsrs....e como a maioria vou aproveitar pra descansar, viajar...sei lá dar uma desligada, renovar as baterias, pois o ano realmente vai começar depois do carnaval, então espero estar bem preparado. Então a rádio e o blog entrarão em recesso, mas prometo voltar com muitas novidades, tantos nos programas de lá, como nos textos de cá! Enquanto isso, vamos esquecer um pouco da bagunça desta nação..oops d enovo...Indigna + nação = indignação!

Esta poesia foi feita, após eu ler uma reportagem na TV sobre bóis frias, retirantes do nordeste, aqueles mesmo que Zé Ramalho cantava em sua canção VIDA DE GADO, pois naquela época fiquei impressionado com a face de um dos entrevistatos, um senhor que trabalhou desde pequeno na roça, e possuía um rosto tão marcado pelo tempo, pela luta dos anos, que mais parecia aquelas esculturas de pedra, cheia de marcas da ferramenta, daí veio a inspiração para a poesia que apresento aqui:

ESCULTURAS DE PEDRA

A vida em esculturas de pedra,
Em acabamento vivo,
em entalhe de dor,
Nos rostos,
Nos corpos,
Nas almas.

No corte profundo de uma ruga;
Uma história, uma vida, uma lição.
No rasgo da carne ao sol,
A aflição,
A corrosão,
A solidão.

Nos limos das barbas sujas,
Nos calos das mãos duras,
Nos suores de corpos fétidos,
As agruras,
As lavouras,
As penuras.

Nos poemas dos falsos doutores,
Só as misérias desses senhores,
que possuem além das dores,
Os risos,
Os rumores,
Os amores.

As esculturas de pedra têm
sentimento,
E apesar da vida sheia de lamentos,
Há um coração que o doutor olvida,
Há cantigas ,
Há esperança,
Há vida.

Um comentário:

Unknown disse...

Achei essa poesia muito linda. O povo sofrido do nosso Brasil merece ser lembrado sempre. Bjs...