Após a popularização do CD, fabricantes como Pioneer, Technics e Numark desenvolveram aparelhos do tipo CD player com recursos próprios para DJ. Conhecidos como CDJs, possuem botões especiais para alteração de BPM (PITCH), de retorno da faixa, de marcação de ponto (CUE), e looping. O timbre da música passou a ser controlado (opcionalmente) por um acionador específico, normalmente conhecido como Master Tempo. Com este recurso, mesmo que a música esteja extremamente acelerada (ou desacelerada), o timbre da voz, teclados, guitarras etc é mantido, driblando de certa forma a capacidade de percepção do público, em notar que determinada música está tocando em velocidade diferente da normal. Além disso, não há mais o risco de o disco pular, apesar de o cuidado em se limpar as mídias de CD ser o mesmo, pois uma mancha em uma mídia óptica pode prejudicar e até interromper a música em execução. Outra facilidade destes equipamentos é marcar o ponto de início da música. Assim, um DJ com um simples toque no botão pode retornar ao ponto de partida poucos segundos antes de mixar a música sobre a que está sendo executada.
Atente-se aqui para o fato de que, além do talento musical obrigatório a um DJ, em se conhecer aproximadamente os BPMs das músicas que ele pretende mixar durante sua apresentação, o mesmo também deve conhecer onde, quando e se uma música ou determinada versão desta possui uma região (geralmente sem vocal, com batidas secas e pouco ou nenhum aparecimento de guitarras e teclados) popularmente conhecida como BREAK, onde é possível entrar a próxima música sem que o resultado fique confuso (com dois vocais de músicas diferentes “falando” ao mesmo tempo, por exemplo). Este capricho é obrigatório para profissionais que fazem mixagens ao vivo, tanto com vinil quanto com CDs (ou ambos).
As versões das músicas que um DJ utiliza não são, geralmente, as mesmas versões que normalmente se ouve em vídeo-clipes ou estações de rádio. Para cada nova música que é lançada no mercado, desde a década de 70, a gravadora lança um disco (ou CD) específico, denominado SINGLE, para aquela canção. No caso do vinil, um single também pode ser conhecido como 12 (doze) polegadas. Em CD, este é conhecido como 5 (cinco) polegadas. Um single é um disco ou CD que possui uma mesma música em várias versões, produzidas especialmente para mixagens ou amantes de versões alternativas. Enquanto uma versão normal de música possui normalmente de 3 a 4 minutos de duração, uma versão de single pode durar até 15 minutos, com grandes introduções, breaks, edições, reprises de vocal etc. Estas versões alteradas também são conhecidas como REMIXES, versões 12, versões club, versões estendidas (extended) etc. Um single também pode conter versões instrumentais e acapella (apenas voz) da música. Enquanto um álbum de coletânea de determinado artista pode possuir um nome qualquer, um single sempre tem o nome da música que nele está gravada, mesmo que o disco tenha apenas uma versão da música que o nomeia.
Já no fim do século XX, com a popularização do formato MPEG-3 (MP3) para músicas digitais, de programas de compartilhamento como o Napster e o surgimento de programas de edição musical, com capacidade de alterar a velocidade das músicas, surgiu uma nova casta de editores musicais auto-denominados DJs. Apesar de estes possuírem, as vezes, até certo talento para música, pois precisam alterar uma faixa para mixar na anterior, tem seu trabalho extremamente facilitado e, portanto, não são bem vistos por profissionais que executam seu trabalho ao vivo em clubes, casas, discotecas, eventos etc. A mixagem em computador é feita de forma caseira, e não há o julgamento do público ao trabalho sendo feito ao vivo. O que o público irá ouvir é uma mixagem feita em estúdio e já gravada. Caso uma música seja alterada e mixada com a anterior, mas o resultado não seja o esperado pelo editor (timbres, batidas ou compassos dessincronizados, por exemplo), a ação de mixagem pode ser desfeita e refeita quantas vezes forem necessárias. Assim, o resultado final é uma mixagem tão perfeita quanto artificial. Porém, grandes DJs também fazem uso destes programas para criação de edições, de sequências de múltiplas músicas denominadas MEGAMIXES, de participações de curta duração em programas de rádio e até mesmo de novas versões de uma música, que não existam em seus respectivos singles.
O DJ é, no fim das contas, um animador de eventos. Este deve conhecer músicas suficiente para saber como e quando mixá-las, deve sentir a vibração do público que o está ouvindo, e saber mudar um estilo na hora certa, para que a pista não esvazie. Deve ser o mais eclético possível, ou deixar bastante claro ao seu público e ao seu contratante qual é seu estilo ou tendência.
Para se ter uma idéia do quanto é difícil discotecar com vinil, seguem alguns videos de performances de Scratch. Scratch nesse caso significa “arranhar”. É produzido pelo contato da agulha no disco através da manipulação que é feita pelo DJ.
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