domingo, 16 de dezembro de 2007

DJ SET ou DJ LIVE..eis a questão!

O psytrance é um estilo de música eletrônica extremamente difícil de lidar. Sua formação, constituída por muitos barulhos torna difícil a mixagem. Ao contrário de estilos mais secos como o techno, que permite ao DJ sincronizar uma música com a outra até o final, o trance psicodélico, especialmente o full-on, possui tantas variações que torna essa missão complicada. Por outro lado, como as opções são muitas, as festas de psytrance são onde mais encontramos a palavra Live P.A. A sigla que significa public appearance ou power amplification, entre outras denominações, é uma constante nos eventos psicodélicos. Assim como o próprio nome já diz, trata-se de uma apresentação "ao vivo".


No entanto, todas as habilidades e conhecimentos que uma pessoa deve ter para apresentar um belo Live são exageradamente enaltecidas pelo público e por organizadores de festas, que costumam utilizar-se da “sigla mágica” como um chamariz para seus eventos. Mas na verdade, nem tudo é feito ao vivo, pelo que andei pesquisando, a grande maioria é playback, ou seja, o cara produz o som no estúdio ou em casa e na apresentação só põe a música pra rolar.

Playback? Mas e o conceito de tocar ao vivo que está no próprio nome? Parece ser uma condição contraditória, mas na verdade não podemos discriminar o produtor que não toca ao vivo, pois cada um faz de um modo. Tem gente que faz playback, tem gente que chama um instrumentista, um cantor. É óbvio que o que alguns querem é vero DJ interferindo na música na hora H, interagindo com a pista. Mas em um show de banda por exemplo, normalmente eles fazem versoes alternativas, mas também tem aquela banda que toca igualzinho ao disco, fazendo playback também. Na minha opinião, no DJ set a coisa pode tornar-se tão ou até mais interessante do que ela é no Live. No set, o DJ tem criatividade em cima das músicas dos outros, fora variedade de estilos, pois misturar os diferentes estilos dos produtores de uma boa maneira é legal, pode aplicar vários efeitos e montagens que não daria ao vivo

Após as todas as explicações para estas duas formas de se fazer uma pista dançar - que parecem tão distintas e são tratadas como tais é necessário dizer que hoje estamos num ponto em que o Live e o Dj Set já estão andando lado a lado. Com o advento da tecnologia e a constante substituição dos CDs pelos arquivos de mídia manipulados por computador (mp3, mp4, m4a, aif, wav) que possuem uma qualidade superior, podemos aproximar cada vez mais as duas formas de o artista se apresentar. Até o Ableton Live, que foi feito para se fazer Live mas os DJs (que tocam com arquivos ao invés de CDs) estão usando para o Set. O programa em questão possibilita ter um número infinito de canais, permitindo ao DJ ou produtor manipular do jeito que quiser. Dá para fazer outras versões, remixes ao vivo. Mas há quem não goste da idéia de ligar o programa com o set pronto no computador. Tem gente que acha que DJ é DJ, mixa com as mãos e os ouvidos. O fato é que cada um tem sua identidade própria na hora de colocar a galera pra dançar. O público quer mesmo é escutar um som de qualidade. A forma como as músicas foram criadas pode ficar em segundo plano, afinal na pista de dança o que importa para quem está escutando é o que entra no ouvido.

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